AVES NASCIDAS DE OVOS APREENDIDOS EM SUTIÃ CRESCEM BEM E SAUDÁVEIS
Filhotes são provenientes de ovos apreendidos pela Polícia Federal dentro do sutiã de uma passageira no aeroporto de Foz do Iguaçu, no Paraná e pertencem à família dos tucanos e araçaris
Há quase um mês noticiamos aqui o nascimento de cinco filhotes de aves, provenientes de ovos apreendidos pela Polícia Federal dentro do sutiã de uma passageira no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, no Paraná.
No total eram oito ovos e a mulher de nacionalidade argentina alegou que seriam de codorna e para “consumo próprio”.
Os ovos foram encaminhados para o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu. Um deles acabou quebrado e outro teve morte embrionária. Todavia, os demais foram colocados numa incubadora e eclodiram.
Desde então eles têm sido cuidados manualmente pela equipe do parque e alimentados quatro vezes ao dia com seringas. Embora inicialmente tenha-se acreditado que eles eram filhotes de tucanos, os biólogos afirmam agora que é preciso esperar mais tempo para confirmar essa hipótese. O que se tem certeza é que eles pertencem à família dos ranfastídeos, que inclui aves como os tucanos e os araçaris.
“Precisamos que haja mais desenvolvimento de características físicas para definir. Eles estão evoluindo super bem, já tendo ampliado seu peso em dez vezes desde o nascimento. Canhões de penas já são visíveis e os olhos começaram a abrir”, contou Bianca Fernandes, responsável pela Neonatologia do Parque das Aves em entrevista ao portal G1.
A mulher encontrada com os ovos foi interrogada pela Polícia Federal e depois liberada, seguindo para Assunção, no Paraguai, já que não se sabia naquele momento a espécie das aves.
Graças à intensificação do trabalho de autoridades nos aeroportos brasileiros as apreensões de ovos e filhotes têm se tornado mais frequente. Há poucas semanas o Ibama apreendeu 60 ovos de aves silvestres com um turista chinês no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (leia mais aqui).
Estima-se que o mercado global de venda ilegal de aves silvestres movimente cerca de US$ 42,8 bilhões por ano. A taxa de mortalidade durante o transporte é alta, aproximadamente 90%. Pouco mais de 1% dos animais sobrevive. Pássaros são acondicionados das maneiras mais desumanas possíveis. Muitos são colocados dentro de canos de PVC, escondidos entre cargas. Não é surpresa então, que a maioria deles chegue morta ao destino final.
(conexaoplaneta.com.br/Suzana Camargo/13/11/2023/Foto: divulgação Parque das Aves)