ENTIDADE LANÇA MANIFESTO PARA ESCLARECER SOBRE VARÍOLA DOS MACACOS
Sociedade Brasileira de Primatologia (SPB) divulgou nota para esclarecer sobre a transmissão da doença causada pelo vírus chamado de Monkeypox, pertencente ao gênero Orthopoxivírus, enfatizando que macacos NÃO transmitem varíola.
A pedido de mais de 30 cientistas do mundo todo, em junho a OMS (Organização Mundial de Saúde declarou que iria alterar o nome da nova varíola, denominada varíola dos macacos, a fim de evitar a discriminação e estigma entre os primatas.
A doença tem esse nome infeliz – VARÍOLA DOS MACACOS – porque o vírus causador foi identificado, nos anos 60, em macacos de laboratório. No entanto, sua transmissão acontece apenas entre humanos, quando uma pessoa entra em contato com lesões na pele, secreções ou objetos usados por alguém infectado.
Até agora, a OMS não adotou nem sugeriu outro nome. A Sociedade Brasileira de Primatologia divulgou nota de alerta em maio, mas a ignorância e a crueldade humanas já começaram a produzir crimes contra macacos, como ocorreu com os bugios no início de 2017, durante a epidemia de febre amarela .
É o que tem acontecido desde 3 de agosto, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, onde já foram resgatados onze macacos das espécies sagui e prego.
Todos foram encontrados com sinais de intoxicação e de agressão. Um deles, já estava morto; os demais foram levados para o zoológico municipal para tratamento. Um deles passou por duas cirurgias e se recupera, mas cinco morreram.
Próximo deles, também foram encontradas armadilhas. Em nota, a prefeitura declarou que suspeita que os macacos tenham sido atacados por visitantes por medo da ‘varíola dos macacos’, devido ao registro de três casos na cidade.
Desde o primeiro caso de agressão aos macacos, a prefeitura tem pedido aos moradores para que não agridam os macacos, visto que eles não são transmissores da doença.
A prefeitura deveria avisá-los, também, que maltratar ou matar animais silvestres é crime: de acordo com o artigo 32 da Lei nº 9.605, de 1998, conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, a pena para quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, é de 3 meses a um ano de prisão e multa, aumentada de 1/6 a 1/3 se ocorrer a morte do animal”.
Assista, ao vídeo produzido pelo Fórum de Proteção Animal com base no alerta da Sociedade Brasileira de Primatologia pelo link https://www.instagram.com/reel/Cg7ne9Np5ZU/?utm_source=ig_web_copy_link
ALERTA
Em 31 de maio deste ano, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SPB) divulgou nota para esclarecer sobre a transmissão da doença causada pelo vírus chamado de Monkeypox, pertencente ao gênero Orthopoxivírus.
“Esse gênero é o mesmo da varíola humana, erradicada mundialmente desde a década de 1980. O Monkeypox tem taxa de transmissão menor e severidade muito mais branda”, relata a instituição.
Abaixo, reproduzimos o alerta da SBP, que pode servir para ajudar a conscientizar nossos leitores acerca da verdade sobre a doença que é transmitida apenas de humanos para humanos.
“Desde o início de maio, segundo a OMS, pessoas com essa enfermidade foram identificadas em 22 países fora da África: Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Emirados Árabes, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Israel, Itália, México, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça, e com casos em investigação no Brasil.
Até o momento, não foi identificado um animal considerado reservatório na natureza, ou seja, aquele que carrega o vírus sem apresentar sinais clínicos. Entretanto, pesquisas realizadas em 1950, identificaram a infecção em primatas-não-humanos e roedores (fig 1). A doença está presente na forma endêmica (esporádica ocorrência de casos), em países da África Central e Ocidental.
Em 2003, foi registrado um surto nos Estados Unidos da América, considerado o primeiro surto deste vírus fora da África, após roedores serem importados daquele continente como animais de estimação (pets), disseminando o vírus para uma espécie de roedor nativo da América do Norte, conhecidos como cães-da-pradaria (Família Sciuridae), e depois destes para as pessoas.
Em 2017-2018, houve um surto na Nigéria, com relatos de casos suspeitos e confirmados em mais de 100 pessoas, com suspeitas de transmissão humano-humano.
Nos casos relatados neste momento, não foi possível identificar um animal ou local de origem da transmissão da doença, o que torna nesse momento sua origem quase um fator irrelevante, tendo em vista que a transmissão também tem ocorrido de pessoas para pessoas (transmissão comunitária de humano-humano) sendo essa forma de contágio o fator relevante para o estabelecimento de medidas de controle.
Assim, as instituições signatárias deste informe vêm esclarecer que, apesar do vírus receber a nomenclatura de varíola dos macacos, o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos.
Todas as transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
É importante ressaltar que os macacos (primatas não-humanos) não são os “vilões”, e sim vítimas como nós (humanos), e não devem sofrer nenhuma retaliação, tais como agressões, mortes, afugentamento, ou quaisquer tipos de maus-tratos por parte da população.
O receio de contágio por transmissão desta e de outras doenças, como a febre amarela, pela proximidade com os macacos, não se justifica. Muitos microrganismos afetam a saúde de primatas humanos e não-humanos, sendo que muitas vezes os primatas adoecem antes e isto nos alerta antecipadamente sobre a presença de uma doença que pode causar impacto sobre a saúde das pessoas. Ou seja, os macacos servem como animais sentinela sobre o risco de estarmos expostos a doenças.
Os primatas fazem parte da nossa biodiversidade, têm importante papel na manutenção das florestas e auxiliam nos serviços ecossistêmicos – serviços reguladores que a natureza nos presta, como na polinização, dispersão de sementes nativas, controle de pragas, etc. Com isso, os primatas contribuem com a manutenção da saúde ambiental e humana.
Caso você possua algum primata não-humano e por receio dessa virose não se sinta confortável em mantê-lo, deve entrega-lo aos órgãos competentes, IBAMA ou Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS, mesmo que o animal não seja de origem legal. Nunca o solte na natureza! Ao avistar algum macaco doente ou morto, avise os órgãos de saúde de seu município. Preserve os primatas!”.
– SBPC/MG (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – Regional Minas Gerais)
– Tríade (Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação)
– Projeto Bugio/Furb – Universidade de Blumenau
– Centro Nacional de Primatas
– Laboratório de Primatologia
– Gecas (Grupo de Ecologia Aplicada/UFMT)
– Pró-Primatas Paulistas
– CPB/ICMBio
– ICMBio/MMA0
(Com conteúdo de conexaoplaneta – 7/8/23022 – Suzana Camargo)
Fonte – SBP
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