FILHOTE DE ARARINHA-AZUL NASCIDO NA NATUREZA DÁ PRIMEIRAS ESPIADAS PARA FORA DO NINHO

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Primeiros filhotes de ararinha azul em vida livre após 37 anos se reproduziram na Caatinga baiana, num ninho artificial colocado no alto de uma árvore caraibeira.

No final de outubro foi anunciado o nascimento dos primeiros filhotes de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) em vida livre após 37 anos. 

Graças a um programa de reintrodução da espécie na Caatinga baiana um casal solto no ano passado se reproduziu num dos ninhos artificiais colocados no alto de uma árvore caraibeira .

Agora, há poucos dias, a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), um criadouro de aves da Alemanha, parceiro do governo brasileiro no projeto de reintrodução no Refúgio de Vida Silvestre, em Curaçá, compartilhou novidades sobre o progresso dos filhotes.

Um deles, o mais velho, já está começando a dar as primeiras espiadas para fora do ninho. Sob o olhar vigilante dos pais, sempre por perto, foi possível ver a ararinha, olhando para fora.

Após o nascimento, os filhotes passam cerca de três meses e meio no ninho. Depois disso, começa o processo do aprendizado dos primeiros voos.

Ainda segundo a ACTP, o segundo filhote está mais atrasado no desenvolvimento. “Estamos observando para ver como os pais lidam com essa diferença de crescimento entre os dois filhotes”, escreveu a associação em suas redes sociais.

Infelizmente essas notícias tão lindas foram ofuscadas nas últimas semanas pela descoberta de que a ACTP enviou 26 ararinhas-azuis nascidas na Alemanha ao maior zoológico do mundo, que está em construção na Índia, sem a autorização do ICMBio/Ministério do Meio Ambiente, responsáveis pela coordenação do programa de reintrodução (entenda melhor o caso nesta outra reportagem).

Como a ararinha-azul é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só existe em nosso país e em nenhum outro lugar do mundo, e foi extinta na natureza, a transferência de indivíduos só pode ser feita entre instituições que façam parte do Programa de Manejo Populacional da Ararinha-azul.

Além disso, durante a reunião com representantes da Convenção para o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES) que aconteceu esta semana em Genebra, na Suíça, o Brasil repudiou a recomendação apresentada para a liberação do comércio internacional da ararinha-azul e da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari).

A justificativa para a proposta era de que o dinheiro obtido com a venda de tais aves seria uma “forma de financiar o trabalho de conservação e garantir populações de reserva” fora de seu habitat natural, no caso, o Brasil.

O governo brasileiro deixou bem clara a posição do país, contrária a qualquer tipo de comercialização dessas aves, como o Conexão Planeta já tinha antecipado: “Ibama e ICMBio são terminantemente contrários ao comércio de ararinhas-azuis e araras-azul-de-lear, mesmo sob argumento de custear ações para programas de conservação, e não aprovam sua venda sob qualquer justificativa”.

(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo – Foto divulgação ACTP)