JUSTIÇA OBRIGA TRANSFERÊNCIA DE ELEFANTE EM SOROCABA PARA SANTUÁRIO NO MATO GROSSO

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Permanência em zoológico na cidade paulista tem comprometido bem-estar do animal; pedido foi feito pelo Ministério Público.

Por solicitação do promotor Jorge Marum, a Justiça deu prazo de 45 dias para que o município de Sorocaba providencie a transferência do elefante Sandro para um santuário no Estado do Mato Grosso especializado no atendimento à espécie. 

O translado até o Santuário de Elefantes Brasil, localizado na Chapada dos Guimarães, deverá ser precedido de planejamento técnico detalhado, incluindo medidas como acompanhamento por médico veterinário experiente em grandes mamíferos, adaptação prévia do animal ao contêiner de transporte e monitoramento clínico contínuo durante o percurso.

Atualmente no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, Sandro está desde 2020 sem a companhia de outro animal da mesma espécie. 

Segundo a Promotoria, essa condição de isolamento, aliada à limitação de espaço e exposição contínua a visitantes, compromete seriamente o bem-estar do bicho. O santuário mato-grossense, por outro lado, apresenta estrutura mais compatível com as necessidades do elefante, dispondo de amplo espaço e estrutura física, manejo especializado e possibilidade de convivência adequada com outros animais de sua espécie. Além disso, o local não permite contato intenso com o público.

A sentença da quinta-feira (24/4) destaca que os argumentos da administração de Sorocaba para justificar a manutenção de Sandro na cidade do interior paulista, alegando riscos de transporte e exposição a agentes infecciosos, foram derrubados a partir de dados técnicos, dotados de solidez e segurança suficientes para formação do convencimento do Juízo.

“Nesse sentido, bem constatado, como foi, que o local de origem não reúne as mais adequadas condições de garantia de vida digna ao animal, havendo, de outro lado, local alternativo apto para que assim o seja, é dever do Poder Público, no caso, a municipalidade de Sorocaba, na garantia da proteção dos direitos à fauna, realizar a transferência para ambiente adequado, providenciando-se, para tanto, o quanto necessária”, diz a decisão do magistrado Alexandre de Mello Guerra.

O elefante vive desde 1982 no Zológico Quinzinho de Barros, em Sorocaba.

(Da redação. Fonte: Ministério Público do Estado de S. Paulo. Imagem: reprodução/Prefeitura de Sorocaba)