ONTEM FOI DIADA PROTEÇÃO E DO PROTETOR DAS FLORESTAS
Curupira, figura do folclore brasileiro, que anda com os pés virados para trás e cabelos vermelhos, é protetor das florestas brasileiros, segundo os indígenas. Cotia é um município agraciado com uma reserva florestal preservada por lei. Mas o Brasil tem o que comemorar ?
As florestas normalmente são definidas como uma vegetação rica em plantas arbóreas, onde as copas unem-se e formam o que chamamos de dossel. Entretanto, diversas definições existem, principalmente para nortear o trabalho de diferentes órgãos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, por exemplo, a floresta pode ser definida como uma “área medindo mais de 0,5 há (50.000 metros quadrados), com árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano.”
Independentemente da definição, esse tipo de vegetação caracteriza-se por sua importância principalmente no que diz respeito à biodiversidade, velocidade dos ventos e regime de chuvas. No nosso país ainda existem importantes vlorestas, destacando-se a maior floresta tropical da planeta, a Floresta Amazônica.
No dia 17 de julho é comemorado o Dia do Protetor de Florestas, também conhecido como Curupira. Essa figura do folclore é conhecida pelos seus cabelos vermelhos e pelos pés virados para trás. Seus pés virados ajudam, segundo a lenda, a enganar os inimigos, uma vez que seus passos ficam na posição trocada, dando a falsa impressão de que estão chegando perto dele, quando, na realidade, acontece o contrário.
Segundo o folclore, o Curupira protege as florestas das agressões constantes do homem, tais como desmatamento e caça de animais. Os agressores são atraídos por essa figura e nunca mais retornam, perdendo-se na mata. No caso de caçadores, o Curupira é conhecido por transformar a família deles em caça e, só após o caçador ter matado seus familiares, ele reconhece que, na realidade, eram pessoas de sua família. A lenda também afirma que os índios levavam presentes para evitar o terrível ataque do Curupira. Além de aniquilar os destruidores da floresta, o Curupira possui a capacidade de ressuscitar os animais mortos pelo homem.
O ser folclórico de pequeno tamanho (“curu” e “pira” trazem a ideia de “corpo de menino”), cabelos ruivos e pés virados ao contrário já foi, inclusive, empossado no estado de São Paulo por suas funções. Em 11 de setembro de 1970, o então governador do estado, Roberto Costa de Abreu Sodré (1917-1999), promulgou uma lei na qual o Curupira se tornava “o símbolo estadual do guardião e protetor das florestas e dos animais que nelas vivem”.
Apesar de ser apenas uma lenda, hoje sabemos que existem diversos profissionais que realmente protegem diariamente nossas florestas. Chico Mendes destacou-se como um importante homem que levantou a bandeira da luta contra a destruição da Amazônia. Ele realizou diversos trabalhos e lutou ativamente contra o desmatamento e o massacre aos índios. Em virtude de sua luta, gerou revoltas e começou a receber ameaças, sendo morto em 1988.
Outro caso bastante conhecido e que merece reconhecimento é o da missionária Dorothy Stang, morta em uma emboscada em 2005. Essa grande figura era conhecida por proteger a floresta da ação de madeireiros, grileiros e fazendeiros, mas acabou perdendo a vida por defender essa importante causa.
Entretanto, vale salientar que não existem apenas essas duas figuras importantes em nossa história, vários ativistas, biólogos, engenheiros, professores e outros profissionais lutam diariamente contra a destruição das florestas, sendo esses os verdadeiros “Protetores das Florestas”. Essas pessoas são constantemente ameaçadas e mortas por se posicionarem contra assuntos de grande interesse econômico, como é o caso dos madeireiros.
Dados da ONG internacional Global Witness indicam que entre 2012 e 2020, o Brasil registrou 317 assassinatos de ativistas. Relatório da Human Rights Watch, ONG de defesa dos direitos humanos, aponta que há um constante conflito entre os defensores da floresta e as redes criminosas presentes na Amazônia.
Entre 2009 e 2019, a Comissão Pastoral da Terra registrou mais de 300 assassinatos, mas apenas 14 foram levados a julgamento.
O QUE COMEMORAR? DESMATAMENTO AUMENTOU 5,5% EM 2022
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que nos primeiros seis meses de 2022 foram desmatados 3.988 quilômetros quadrados de florestas na Amazônia, um aumento de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado, sendo considerado um recorde desde que teve início a contagem em 2016.
Por incrível que pareça, D. Pedro II foi o pioneiro em promover a regeneração da vegetação. Em meados do século 19, queimadas e monocultura do café mudaram o clima e provocaram a escassez de água no Rio de Janeiro, já que os mananciais foram comprometidos.
Em 1861, os maciços da Tijuca e das Paineiras foram declarados por D. Pedro II como Florestas Protetoras, com a desapropriação de chácaras e fazendas, promovendo a regeneração da vegetação. E, efetivamente, todo o reflorestamento foi feito em 13 anos, com mais de 100.000 mudas nativas plantadas – por cinco escravos.
PANTANAL
Nos últimos anos, o Pantanal, a maior planície alagável do mundo, foi visto em chamas; o cerrado, com metade do tamanho da Amazônia e visado pelo agronegócio, tem altas taxas de desmate todo ano; até mesmo a mata atlântica, que já é o bioma mais devastado do país, tem registrado aumentos históricos na perda de vegetação.
E por que isso é preocupante?
A resposta mais direta é: sobrevivência. As sociedades dependem dos serviços ecossistêmicos (leia-se ar e água, por exemplo) que as florestas nos trazem.
Mas, em um mundo em crise climática, a história ainda vai além. No Brasil, o desmatamento é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa. Não proteger ou derrubar florestas significa agravar as mudanças no clima, pois árvores ao chão se traduzem em emissões de gás carbônico, que, por sua vez, resultam em graus a mais nos termômetros mundiais.
EM COTIA
A principal floresta existente em Cotia é a Reserva Florestal do Morro Grande (RFMG), criada pela Lei Estadual nº 1949 de 4 de abril de 1979, com a destinação específica de preservação da flora e fauna e proteção aos mananciais.
Devido ao avanço imobiliário as áreas verdes (fragmentos florestais) do município estão cada vez mais ameaçadas.
Segundo dados do Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Cotia está entre uns dos 73 municípios do estado de São Paulo que faz parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo, sendo que há uma grande importância ambiental para humanidade, sendo tombada em 1994 pela UNESCO.
Um dos maiores fragmentos florestais do município é a Reserva do Morro Grande com 10.600 hectares, que é responsável pela captação e abastecimento de água administrado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).
A Reserva Florestal do Morro Grande situa-se em altitudes que variam de 860 a 1075 metros em relação ao nível do mar e sua região é de transição entre o clima pluvial tropical e da encosta com o clima estacional do interior do estado.
Os limites da RFMG coincidem com os da bacia do Rio Cotia, em seu limite superior, dentro da bacia do Alto – Tietê, sendo sua principal via de acesso a partir da capital, a Raposo Tavares.
Dentro da RFMG passa um trecho da Estrada de Ferro Sorocabana – Ligação Ferroviária Mairinque – Santos, que atualmente é administrada pela empresa Rumo ALL, desde 1937.
Na região Sudoeste da RFMG passa uma linha de transmissão de energia elétrica proveniente da hidrelétrica de Itaipú, construída nos anos 80.
A RFMG é um dos maiores remanescentes florestais do Planalto Atlântico Paulista, região que foi submetida a fortes pressões de desmatamento, tanto para agricultura quanto para a exploração de lenha e do carvão e mais recentemente para a expansão imobiliária.
A área protegida da RFMG corresponde às cabeceiras do Rio Cotia onde desde 1916, com a construção das Represas Pedro Beicht e Cachoeira da Graça tornou-se uma área com Sistema Produtor do Alto-Cotia, gerenciado pela SABESP, responsável pelo fornecimento de água de 400-500 mil habitantes da Grande São Paulo A RFMG foi
Devido ao avanço imobiliário as áreas verdes (fragmentos florestais) do município estão cada vez mais ameaçadas.
(Fontes: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “17 de julho — Dia do Protetor de Florestas”. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-protetor-florestas.htm. Acesso em 18 de julho de 2022.); Folha de S. Paulo; Metrópoles.
O Curupira: figura folclórica defende nossas florestas; características são os pés, voltados para trás, cabelos cor de fogo e acompanhamento de animais
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