PEIXES E BOTOS MORREM DEVIDO À SECA EXTREMA NO AMAZONAS
Peixes e botos morrem devido à seca extrema no Amazonas e moradores ficam sem acesso à água potável e alimentos
Até agora, 15 municípios do Amazonas estão em estado de emergência, 5 em estado de atenção e 40 em estado de alerta devido à seca extrema. Ou seja, afeta a maior parte das 62 cidades que compõem o estado, com exceção de Apuí e Presidente Figueiredo.
E a forte estiagem que castiga a região já matou peixes, botos e um peixe-boi, entre outros animais – mortos pela alta temperatura da água ou encalhe em lagos e igarapés.
Só no lago de Tefé já foram encontrados mais de 20 botos mortos, a maioria da espécie boto cor-de-rosa (como mostra o vídeo no fim deste post).
O primeiro foi um filhote de boto tucuxi, resgatado pelos pesquisadores do Instituto Mamirauá, já sem vida (foto abaixo). Eles acreditam que os animais estão morrendo na parte alta e seguem para o lago onde seus corpos encalham e ficam visíveis.
O rio Paraná de Tefé que, na cheia, fica tomado pela água, agora é um deserto, dificultando a navegação.
Num igarapé da cidade de Iranduba (foto abaixo), a 27 quilômetros de Manaus, já em agosto, centenas de peixes foram encontrados mortos. No início de setembro, num lago de Autazes, aconteceu o mesmo.
Em Novo Airão, o Rio Negro registra seis metros a menos do que no ano passado, neste mesmo período.
Na semana passada, Tefé registrou a morte de um peixe-boi, e, no último sábado, de dezenas de botos encalhados pelo lago homônimo, (foto abaixo) devido aos bancos de areia: foram mais de 20 botos mortos, de acordo com pesquisadores da região.
E, esta semana – entre segunda e terça-feira – no Lago do Piranha, em Manacapuru, apareceram diversas espécies de animais mortos, a maioria peixes (assista ao vídeo no final deste post).
A redução da quantidade de água em lagos e rios pode alterar sua química, diminuindo o oxigênio, o que contribui para a morte dos animais.
Além do cheiro forte, os animais em decomposição tornam a água imprópria, prejudicando os moradores da comunidade que canalizam a água do lago para consumo.
A estiagem também provocou desabastecimento de alimentos, como acontece em Benjamin Constant (foto abaixo), onde a população também tem dificuldades de acesso à água potável.
E, de acordo com a Defesa Civil, a situação já impactou mais de 100 mil pessoas (111.058 para ser mais preciso) e, até o fim do ano, esse número pode chegar a 500 mil, entre pessoas desalojadas, desabrigadas, doentes e mortas pela seca. Essa previsão tem por base as estiagens de 2005 a 2010.
A seguir, assista aos vídeos publicados EM A Reserva Extrativista Chico Mendes chora! 🥺💔 O mundo está em crise! . . . Obs: as imagens não são feitas dentro da reserva… | Instagram
(27 de setembro de 2023 – Mônica Nunes – conexaoplaneta.com.br – Foto: As altas temperaturas aquecem a água e cozinham os peixes no Lago do Piranha, em Manacapuru / Foto: sem crédito (via Ana Lúcia Tourinho)