VARÍOLA DOS MACACOS: SÃO PAULO CONFIRMA PRIMEIRO CASO

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Primeiro paciente da varíola dos macacos está internado no Hospital Emilio Ribas, em S. Paulo; há outros casos suspeitos sendo monitorados pelo Ministério da Saúde

O secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de SP, David Uip, confirmou ontem que o primeiro caso de varíola dos macacos foi confirmado em São Paulo, ontem, 8 de junho.

O paciente é do sexo masculino, tem 41 anos e esteve na Espanha e em Portugal. Os primeiros sintomas apresentados foram febre e dor muscular, há onze dias, em 28 de maio.

 O doente foi colocado em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital paulista. Segundo a secretaria, há outro caso suspeito da doença, desta vez do sexo feminino, com 26 – e não tem histórico de viagem ou contato com casos suspeitos.

TRANSMISSÃO

vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.

doença também pode ser transmitida pelo contato com a pele durante o sexo, incluindo beijos, toques, sexo oral e com penetração com alguém que tenha sintomas.

Como medidas de prevenção, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda evitar contato próximo com qualquer pessoa que tenha sintomas.

Os sintomas da varíola dos macacos incluem erupção cutânea com bolhas no rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais, febre, linfonodos inchados, dores de cabeça e musculares e falta de energia.

MINISTÉRIO DA SAÚDE TEM SALA DE SITUAÇÃO

O Ministério da Saúde montou uma Sala de Situação para investigar os casos suspeitos da varíola dos macacos; até agora, há oito casos suspeitos. O objetivo é orientar as ações de vigilância e divulgar casos que apareçam.

Patrícia Carvalho, membro do comando da sala, disse em um webinar nesta quarta-feira que dos oito casos, dois estão em Santa Catarina, nos municípios de Blumenau e Dionísio Cerqueira; dois são monitorados em Rondônia; um caso suspeito em São Paulo; um em Pacatuba (CE); um em Porto Alegre; e um em Corumbá (MS).

De acordo com Carvalho, o caso suspeito em Corumbá “é de um boliviano, que encontra-se internado e está sendo acompanhado no Brasil”.

29 PAÍSES TÊM MAIS DE MIL CASOS NÃO ENDÊMICOS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha a vigilância epidemiológica da varíola dos macacos desde maio. Mais de mil casos confirmados da doença foram relatados à OMS em 29 países que não são considerados endêmicos para o vírus. Até o momento, nenhuma morte foi registrada nesses países.

As informações foram atualizadas pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em anúncio à imprensa nesta quarta-feira (8).

Os casos foram relatados principalmente, mas não apenas, entre homens que fazem sexo com homens. Alguns países estão começando a relatar casos de transmissão comunitária aparente, incluindo alguns casos em mulheres”, disse Adhanom.

O diretor-geral da OMS afirmou que o aparecimento repentino e inesperado da doença em vários países não endêmicos sugere que pode ter havido transmissão não detectada por algum tempo.

“O risco da varíola dos macacos se estabelecer em países não endêmicos é real. A OMS está particularmente preocupada com os riscos desse vírus para grupos vulneráveis, incluindo crianças e mulheres grávidas”, disse.

A OMS alerta que o cenário pode ser evitado, desde que os países afetados empenhem esforços para identificar todos os casos e contatos para controlar os surtos.

Para apoiar os países, a OMS emitiu orientações sobre vigilância da varíola dos macacos e rastreamento de contatos, testes de laboratório e diagnóstico. Nos próximos dias, emitiremos orientações sobre cuidados clínicos, prevenção e controle de infecções, vacinação e mais orientações sobre proteção da comunidade”, afirmou Adhanom.

A OMS atua em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), organizações da sociedade civil e comunidades de homens que fazem sexo com homens para fornecer informações sobre o que é a doença e como prevenir.

Fontes: OMS, Agência Brasil e Secretaria de Ciência e Pesquisa do Estado de S. Paulo

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