ANABOLIZANTES MUSCULARES E HORMÔNIOS ESTÃO PROIBIDOS
Por decisão publicada no último dia 11, o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição de anabolizantes musculares e hormônios usados para fins estéticos
Devido à falta de comprovação científica quanto à segurança e melhora de pacientes tratados com os medicamentos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu resolução que proíbe prescrever anabolizantes musculares com finalidade estética e de aumento de desempenho esportivo.
A decisão do órgão (leia íntegra acessando o link RESOLUÇÃO CFM Nº 2.333, de 30 de março de 2023 – RESOLUÇÃO CFM Nº 2.333, de 30 de março de 2023 – DOU – Imprensa Nacional (in.gov.br)) foi publicada na terça-feira (11), no Diário Oficial da União e restringe diversas práticas, desde formulações com hormônios androgênicos para aumentar o desempenho esportivo até cursos que façam algum tipo de apologia ao uso desses esteroides.
QUAIS SÃO AS PROIBIÇÕES DO CFM ?
Existem três aplicações que estão na mira da proibição:
– deficiência de testosterona (hormônio mais presente em pessoas do sexo masculino e atua no desenvolvimento de músculos),
– uso dos anabolizantes para fazer procedimentos estéticos e
– uso para melhorar o desempenho em práticas esportivas. No caso de baixa produção hormonal pelo corpo humano, o conselho deu razão à restrição porque seria necessário comprovar a deficiência com alguma avaliação médica precisa.
A resolução mantém a proibição de terapias que usem hormônios usados para diminuir envelhecimento, mas dá aval para a prescrição de esteroides androgênicos em casos de hipogonadismo (doença que afeta os testículos em pessoas do sexo masculino e ovários em pessoas do sexo feminino), puberdade tardia, micropênis neonatal e outras condições de causa hormonal.
O Conselho limita também a recomendação de hormônios que tenham formulação “nano” (que são resultados de produção de nanopartículas) ou que não tenham eficiência já reconhecida. Moduladores Seletivos do Receptor Androgênico (SARMS) estão incluídos na proibição, mas já tinham sido suspensos para comercialização no Brasil.
ESTEROIDES ANABOLIZANTES: VEJA OS RISCOS
Os riscos para uso de esteroides anabolizantes foram reconhecidos por diferentes entidades médicas: as sociedades brasileiras de Endocrinologia, Medicina do Esporte, Dermatologia, Gerontologia, entre outras, publicaram uma nota que cobra uma norma que observe melhor os medicamentos.
O teor da proibição do CFM, além disso, chegou a destacar o papel das substâncias ergogênicas, que agem de alguma forma na melhoria de desempenho de alguma atividade (como na musculação):
“Drogas ergogênicas tendem a melhorar o desempenho físico retardando a fadiga, impulsionando o ganho de massa muscular (propriedade anabolizante) e a quebra de gordura (propriedade lipolítica)”
O CFM, assim como outros órgãos, apontam que é possível acontecerem riscos potenciais, mesmo em casos que a prescrição tenha sido apenas terapêutica. Doenças como hipertrofia cardíaca, infarto agudo do miocárdio, doenças no fígado e até doenças mentais podem estar associadas ao uso irresponsável de anabolizantes. Os médicos que endossam a proibição contra estes medicamento indicam também que a desinformação sobre os compostos tem sido importante para aumentar os riscos.
Outras visões de especialistas em farmácia
A produção de músculos e o crescimento dos ossos estão associados à ação da testosterona no corpo humano, por isso quando existe algum problema relacionado a essas funções, pode haver a recomendação médica para fazer um tratamento que atue nessas condições. No entanto, nem sempre a orientação profissional é seguida.
É comum a procura por testosterona por atletas e praticantes de exercícios físicos, sendo facilmente encontrada em academias e farmácias. Se utilizada sem a avaliação médica apropriada, o aumento muscular desejado pode estar ocorrendo de forma concomitante ao surgimento de doenças cardíacas, ou até mesmo de câncer.
No entanto, com o devido acompanhamento, é possível obter bons resultados com os esteroides, caso seja evitado o consumo de substâncias sem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e não haja o uso das famigeradas “bombas”.
(Fonte: ANVISA, com conteúdo do Showmetech)